O prefeito de Nioaque, Valdir Couto de Souza Júnior, do PSDB, e o secretário de saúde do município, Antônio Raimundo da Silva, admitiram que furaram fila para tomar a vacina contra a Covid-19 na primeira etapa do programa de vacinação no município, a 184 km de Campo Grande, e terão de pagar multas pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS).
Os dois reconheceram diante do MP a ilegalidade da prática, ao receberem a imunização em uma aldeia indígena no município, no dia 19 de janeiro. O documento aponta que tanto prefeito quanto secretário sabiam da destinação exclusiva aos indígenas da vacina, mas mesmo assim "aceitaram receber a imunização como forma de demonstrar à população local que a dose não provocaria mal nenhum". O município de Nioaque destinou 996 doses da Coronavac para os indígenas.
Ambos realizaram um acordo com Promotoria de Justiça que estipulou multas de R$ 22 mil ao prefeito e de R$ 8 mil ao secretário, além de retratação pública nas redes sociais. Os valores serão destinados a uma associação de caridade e ao Conselho de Segurança municipal. O acordo ainda proíbe o secretário de saúde de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais pelo período de um ano.
O prefeito informou que assinou o acordo nesta terça (9), e aguarda um retorno do MPE para publicar as retratações. Até a publicação desta reportagem, o G1 não conseguiu contato com o secretário de saúde, mas ele já fez a retratação em uma rede social.
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